IA não é psicólogo: 1 a cada 20 brasileiros recorre á inteligência artificial para fazer "terapia"

 

CERCA DE 12 MILHÕES DE BRASILEIROS

O número de pessoas com algum transtorno mental, como ansiedade e depressão, tem aumentado nos últimos anos. Atualmente, cerca de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo convivem com algum tipo de transtorno mental, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com o avanço da tecnologia, muitas pessoas têm utilizado, de forma inadequada, a inteligência artificial como substituta da terapia tradicional. De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa Talk Inc., pelo menos 1 a cada 20 brasileiros utiliza a IA como “terapeuta”.

Isso representa, aproximadamente, 12 milhões de pessoas que deixam de buscar ajuda profissional para recorrer ao suporte emocional fornecido por algoritmos.
No entanto, essa prática pode até mesmo agravar o quadro de saúde mental.

“A IA pode até oferecer uma frase de apoio. Mas não substitui a escuta clínica, a compreensão da história de vida do paciente, nem a responsabilidade ética do psicólogo. A terapia não é apenas acolhimento. Sem isso, a gente não consegue promover mudanças reais, algo que faça sentido na vida da pessoa", explica a psicóloga Aline de Menezes.

A profissional também alerta para a questão do sigilo terapêutico, que deve ser garantido entre o paciente e o psicólogo. No caso da inteligência artificial, as interações são armazenadas em bancos de dados na internet, o que levanta preocupações sobre privacidade e segurança da informação.

Nos Estados Unidos, a empresa responsável pelo ChatGPT foi acusada de ter contribuído para a morte de um adolescente que cometeu suicídio. Em janeiro deste, a família afirmou que o jovem havia iniciado conversas sobre métodos de suicídio com a ferramenta de IA.

* jornaljangadeiro