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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

No RN, 10% mais pobres vivem com R$ 155 por mês, aponta IBGE


Os rendimentos da população 10% mais rica do Rio Grande do Norte são 46 vezes maiores do que os rendimentos dos 10% mais pobres. Essa concentração, referente a 2018, é a mais alta registrada nos últimos sete anos. Em 2012, os 10% mais ricos ganhavam 32 vezes mais que os 10% mais pobres. Em 2017, essa razão era de 36 vezes. A conclusão está na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quarta-feira, 16, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento, enquanto os 10% mais pobres da população tiveram um decréscimo de 7,7% no rendimento médio mensal, entre 2017 e 2018, passando de R$ 168 para R$ 155, o rendimento dos 10% mais ricos aumentou 18,2%, variando de R$ 6.060 para R$ 7.161.
O Piauí, no Nordeste, é a unidade da federação onde está a maior disparidade entre esses dois grupos populacionais: os 10% mais ricos ganham 72 vezes mais que os 10% mais pobres. Santa Catarina, na região Sul, apresenta uma diferença de 12 vezes, a menor do Brasil.
Em todo o País, segundo a Pnad Contínua, a metade mais pobre da população, quase 104 milhões de brasileiros, vivia com apenas R$ 413 mensais, considerando todas as fontes de renda. No outro extremo, o 1% mais rico – somente 2,1 milhões de pessoas – tinha renda média de R$ 16.297 por pessoa. Ou seja, essa pequena fatia mais abastada da população ganhava quase 40 vezes mais que a metade da base da pirâmide populacional.
Em todo o País, 10,4 milhões de pessoas (5% da população) sobrevivem com R$ 51 mensais, em média. Se considerados os 30% mais pobres, o equivalente a 60,4 milhões de pessoas, a renda média per capita subia a apenas R$ 269.
Mesmo passada a crise econômica, a desigualdade se agravou. A renda domiciliar per capita dos 5% mais pobres caiu 3,8% na passagem de 2017 para 2018. Ao mesmo tempo, a renda da fatia mais rica (1% da população) cresceu 8,2%.
O Índice de Gini da renda domiciliar per capita – medida de desigualdade de renda numa escala de 0 a 1, em que quanto mais perto de 1 maior é a desigualdade – subiu de 0,538 em 2017 para 0,545 em 2018, patamar auge na pesquisa.
No RN, esse Índice foi estimado em 0,535. Já Índice de Gini do rendimento médio mensal real de todos os trabalhos, por sua vez, foi estimado em 0,509 no Brasil. No RN, esse Índice foi estimado em 0,529. Isso significa que a desigualdade de renda entre os trabalhadores do Rio Grande do Norte é maior que a nacional, havendo um crescimento Índice de Gini do rendimento médio mensal real de todos os trabalhos dos potiguares, que passou de 0,487, em 2017, para 0,529 em 2018.
Os mais pobres ficaram mais pobres, os mais ricos ficaram mais ricos, confirmou Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad. Para a pesquisadora, o fenômeno tem relação com a crise no mercado de trabalho, que afetou especialmente o extrato de trabalhadores com menor qualificação e menor remuneração.
“Continuam no mercado de trabalho aqueles que ganham mais”, justificou Maria Lucia Vieira.
No Rio Grande do Norte, as mulheres têm rendimento médio mensal de 81% da renda dos homens; no Brasil, de forma semelhante, o rendimento médio mensal é de 79% do obtido pelos homens. No RN, os homens têm rendimento médio de R$1.819, e as mulheres, R$1.479; enquanto no Brasil, os homens têm rendimento de R$2.460, e as mulheres, R$1.938.
No Rio Grande do Norte, pessoas pardas têm rendimento médio mensal equivalente a 73% das brancas; as autodeclaradas pretas, 66%. O rendimento das pessoas brancas é de R$ 2.040; pardas, R$ 1.481; e pretas, R$ 1.338.

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